quinta-feira, 30 de julho de 2009

T-shirt molhada...

Nunca tal me tinha acontecido! Cerca de 45ºC, uma relativamente longa subida pelo meio das oliveiras, suor em bica, T-shirt molhada, grande carga às costas... REEEEEEEC!!! Estamos em Atenas, temperaturas elevadas (como aliás seria de esperar em pleno Agosto helénico), a longa encosta que sobe da Plaka até à Acrópole, um tecido fragilizado pelo suor e um gesto fatal: depois de uma pequena paragem numa (pequena) sombra, ao pôr de novo o saco que carregava às costas, aconteceu o tal REEEEEEEEC... a minha T-shirt preferida, aquela que dizia 'Deep Purple In Rock', com a silhueta dos magníficos cinco (Gillan, Glover, Blackmore, Paice e Lord), ficou reduzida a farrapos. Visitei a Acrópole pela primeira vez quase de tronco nu. Salvou-se a palavra 'Deep'...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Encontros...

Os escritos de Marshall McLuhan sobre o advento da aldeia global, publicados na década de 60, não tinham ainda ganho notoriedade suficiente para sistematizar o discurso, hoje predominante, que aponta para uma pujante compressão do tempo e do espaço, de tal forma que muitos são levados a pensar no Mundo como uma 'cabeça de alfinete' (as teses, - não será o mito? -, do 'fim da geografia' estão muito associadas a esta metáfora). Apesar da falta de notoriedade do conceito de aldeia global, e apesar de não concordar com os defensores do 'fim da geografia', sou obrigado a reconhecer que o Mundo é pequeno. Só aceitando a 'pequenez' do Mundo é que não passamos para o domínio do transcendental episódios como o encontro que a foto abaixo reproduzida documenta. Numa qualquer plataforma de uma qualquer estação de caminho de ferro de um qualquer país europeu (minto, foi na França...), deparo com amigos portugueses que já não via há uns tempos largos. Jogadores de xadrez de gabarito e, um deles, actualmente, meu colega.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

II Guerra Mundial...

Os anos de guerra de 1939 a 1945 limitam um dos períodos da história mundial que desde sempre me despertou um interesse particular. Daí a tentativa de aproveitar a passagem por muitos locais ligados à história da Segunda Guerra Mundial para contactar de perto com espaços e 'momentos' marcantes daquele período turbulento do continente europeu.
Em Munique pela primeira vez, e 'munido' do conhecimento prévio que três volumes sobre a a II Guerra Mundial, publicados pelas Selecções do Reader's Digest ainda antes do 25 de Abril de 1974, um dos tais espaços marcantes ficava na Odeonplatz, porque palco de um dos eventos cuja sequência acabaria por culminar no início do conflito armado. A referência, mais do que o nome da praça, era o seu ex-libris, o Feldherrnhalle (na 'Pocket' foto).

O Feldherrnhalle foi erigido como tributo ao exército bávaro que combateu na guerra franco-prussiana (1870). Porém, não foi devido a esse tributo que o monumento ficou famoso, mas sim aos acontecimentos que junto a ele tiveram lugar no dia 9 de Novembro de 1923 . Neste dia, os partidários de Adolf Hitler organizaram uma manifestação ilegal, evento que não terá siso mais do que uma tentativa de tomar pela força o poder na Baviera, inspirada aliás pela marcha sobre Roma comandada pelo fascista Benito Mussolini. Instados a dispersar pela polícia, os manifestantes não obedeceram, acto que levou a uma troca de tiros que provocaria 20 mortos (16 entre os nazis e 4 entre os polícias) e umas boas dezenas de feridos.

A manifestação iniciou-se no interior de uma das maiores 'beer hall' de Munique, a Bürgerbräu Keller, palco usual dos discursos inflamados de Hitler antes da sua subida ao poder. A tentativa de assalto ao poder ficou até conhecida como o 'Beer Hall Putsch' (Putsch em alemão significa golpe de estado). Felizmente livres de tais discursos, os 'beer hall' continuam a ser marcantes na vida social de Munique, o que pode ser constatado através de informação contida em muitos sítios da WWW (e.g., http://www.brewersofindianaguild.com/ostrander/Germany-Bavaria-Beer/24-MunichBeer.html). Cansado da minha 'perseguição' da história, visitado o Feldherrnhalle, sentei-me numa das longas mesas de uma dessas 'catedrais' da cerveja, não na Bürgerbräu Keller, que já não existia, mas na Hofbräuhaus (http://www.hofbraeu-muenchen.de/index.html?PHPSESSID=fc5d16841e5419cc5afc12d364c26b40). Uns anos mais tarde vim a descobrir que até aquele 'beer hall' estava ligado ao famigerado líder nazi. De facto, reza a história que foi naquela casa da cerveja que Hitler, em 1920, deu a conhecer as grandes linhas do programa nacional-socialista. O 'Prost' que disse na altura ao mesmo tempo que erguia uma caneca na mão, ganhou um novo significado. Brindei, de facto, à derrota do terror nazi e fascista na Europa.